Sem dúvida alguma, não serei a primeira nem a última a tecer algumas considerações acerca de uma das trilogias mais vendidas, quiçá no mundo inteiro (sinceramente, não fui investigar!), mas aqui vou eu...
Bom o derradeiro impulsionador da leitura foi, nada mais nada mesmo, este ser o livro de que toda a gente fala. Falta de originalidade, sim, eu sei :)! Bom... confesso... e que mudou a vida sexual das mulheres (ah...voilá!) ou coisa que o valha, como era apregoado num dos anúncios da Rádio Comercial (rádio que me acompanha nas longas tiradas de estrada que faço da casa para o trabalho e vice-versa).
Este livro já jazia numa das prateleiras de livros do meu escritório à algum tempo. Mas a minha imersão em livros técnico-profissionais era mais que muita e não me sobrava muito tempo para me deliciar com uma leiturinha prosaica, que tanto gosto. Fechado mais um capítulo da minha vida e a necessitar me alienar da minha vida profissional. Ora ai está uma boa opção!
Várias foram as emoções que me invadiram quando iniciei a leitura do
primeiro livro da trilogia - As Cinquenta Sombras de Grey.
Encontrei uma imagem que define bem o modo como reagi à leitura...
Se bem que neste momento já li os três livros e
já não me sinto tão empolgada como estava quando acabei o primeiro. Tentarei
escrever aquilo que me lavra na alma...(não me apeteceu dizer "vai" e
pronto!)
Devo dizer que antes de ler a trilogia não li
quaisquer críticas à mesma. Não gosto de ideias preconcebidas das coisas. No
entanto, a ideia do "livro que mudou a vida sexual das mulheres"
empola a coisa ;)
Bom, quando iniciei a leitura do primeiro livro
da trilogia comecei a achá-lo desinteressante, monótono até, pelo menos até ao
oitavo ou nono capítulo. A coisa começa a mudar de figura após o libertino
contrato que Mrs Grey apresenta à jovem e inocente, mas não menos inteligente,
Anastacia Steele. Quase que vejo a minha boca a abrir-se num imenso
"Ohhhh, como é possível!". Não podia estar a acreditar no lia, tal
era a devassidão (só lendo mesmo!). Insurge-nos sentimentos que me fizerem
querer desistir da leitura, achando "Não, a sério, recuso-me!". No
entanto, continuei, afinal estava de férias e queria pensar em tudo menos em
trabalho. Não me arrependo. Fiquei entusiasmada com as inquietudes que o livro
nos vai provocando. Acabei por comprar os seguintes e mais uma vez digo: não me
arrependo.
Sim, é uma narrativa que não apela a grandes
reflexões, de escrita simples, direi mesmo básica, de onde não se aprende
grande coisa (bom, a não ser algumas ideias para as chamadas "quecas
depravadas"). É também muito repetitiva, por vezes sentimos que é mais do
mesmo (essa também é uma verdade). De facto, não havia necessidade de ser uma trilogia.
No entanto, considero que as personagens estão
bem caracterizadas, pois tem uma forte componente descritiva (para alguns
enfadonha, mas para mim não!), que nos faz quase que visualizar a cena. Em
tempo de férias ou quando nos apetece não pensar em nada, sobretudo naquelas
coisas banais que nos condicionam o dia-a-dia, deixando-nos de mau humor...
acho que esta trilogia é uma boa opção, sim senhor! Quanto a mim cumpri-o seu
dever!
Claro que após a leitura já fui ver algumas
críticas. Com umas concordo. Com outras mais ou menos. E com outras não
concordo mesmo nada. Por exemplo, li uma algures que dizia que a personagem de
Anastacia Steele não era mais do que uma "cabra sonsa dissimulada",
"uma tontinha que tropeça nos próprios pés e que depois é uma rameira do
pior". Por amor de Deus, Anastacia Steele é caracterizada no livro como
tendo 21 anos e, convenhamos, "cabra sonsa dissimulada" não é, por
certo, o que a define. É jovem, inocente e curiosa. Apaixona-se perdidamente
por, um não menos jovem (27 anos), Cristian Grey. Controlador e obsessivo, com
um passado sombrio, que se reflete nas suas atitudes enquanto adulto,
nomeadamente nas suas práticas sexuais que incluem bondage e BDSM.
Porque é que esta história cativou tanta gente
por esse mundo fora? Arrisco-me a dizer que seriam na sua maioria mulheres,
casadas e mães de filhos. Verdadeiras donas de casa, enfadadas pela rotina
própria do casamento.
Na verdade qualquer uma das mulheres gostaria de
ter, nem que fosse por alguns momentos, um Mrs Grey, que as rodopiasse no ar e
as libertasse de todas as atividades rotineiras do seu dia-a-dia. Que reacendesse
o fogo da paixão como quem está enamorado pela primeira vez... E esta trilogia
teve esse poder, de fazê-las sonhar e depois olharem para seus homens e acharem
que seria possível voltar a reavivar as suas relações (ou não!) ... mesmo com
recurso ao bondage ou BDSM, quiçá... sem tabus...nem constrangimentos
provocados por desgaste físicos e emocionais da vida profissional e familiar
que tantas vezes nos levam à rotina.
Quanto a mim, well done! E
recomendo! ;)
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