sexta-feira, 12 de abril de 2013

As Cinquenta Sombras de Grey

Sem dúvida alguma, não serei a primeira nem a última a tecer algumas considerações acerca de uma das trilogias mais vendidas, quiçá no mundo inteiro (sinceramente, não fui investigar!), mas aqui vou eu...

 Bom o derradeiro impulsionador da leitura foi, nada mais nada mesmo, este ser o livro de que toda a gente fala. Falta de originalidade, sim, eu sei :)! Bom... confesso... e que mudou a vida sexual das mulheres (ah...voilá!) ou coisa que o valha, como era apregoado num dos anúncios da Rádio Comercial (rádio que me acompanha nas longas tiradas de estrada que faço da casa para o trabalho e vice-versa). 
Este livro já jazia numa das prateleiras de livros do meu escritório à algum tempo. Mas a minha imersão em livros técnico-profissionais era mais que muita e não me sobrava muito tempo para me deliciar com uma leiturinha prosaica, que tanto gosto. Fechado mais um capítulo da minha vida e a necessitar me alienar da minha vida profissional. Ora ai está uma boa opção!

Várias foram as emoções que me invadiram quando iniciei a leitura do primeiro livro da trilogia - As Cinquenta Sombras de Grey
Encontrei uma imagem que define bem o modo como reagi à leitura...

 
Se bem que neste momento já li os três livros e já não me sinto tão empolgada como estava quando acabei o primeiro. Tentarei escrever aquilo que me lavra na alma...(não me apeteceu dizer "vai" e pronto!)

Devo dizer que antes de ler a trilogia não li quaisquer críticas à mesma. Não gosto de ideias preconcebidas das coisas. No entanto, a ideia do "livro que mudou a vida sexual das mulheres" empola a coisa ;)

Bom, quando iniciei a leitura do primeiro livro da trilogia comecei a achá-lo desinteressante, monótono até, pelo menos até ao oitavo ou nono capítulo. A coisa começa a mudar de figura após o libertino contrato que Mrs Grey apresenta à jovem e inocente, mas não menos inteligente, Anastacia Steele. Quase que vejo a minha boca a abrir-se num imenso "Ohhhh, como é possível!". Não podia estar a acreditar no lia, tal era a devassidão (só lendo mesmo!). Insurge-nos sentimentos que me fizerem querer desistir da leitura, achando "Não, a sério, recuso-me!". No entanto, continuei, afinal estava de férias e queria pensar em tudo menos em trabalho. Não me arrependo. Fiquei entusiasmada com as inquietudes que o livro nos vai provocando. Acabei por comprar os seguintes e mais uma vez digo: não me arrependo.

Sim, é uma narrativa que não apela a grandes reflexões, de escrita simples, direi mesmo básica, de onde não se aprende grande coisa (bom, a não ser algumas ideias para as chamadas "quecas depravadas"). É também muito repetitiva, por vezes sentimos que é mais do mesmo (essa também é uma verdade). De facto, não havia necessidade de ser uma trilogia.

No entanto, considero que as personagens estão bem caracterizadas, pois tem uma forte componente descritiva (para alguns enfadonha, mas para mim não!), que nos faz quase que visualizar a cena. Em tempo de férias ou quando nos apetece não pensar em nada, sobretudo naquelas coisas banais que nos condicionam o dia-a-dia, deixando-nos de mau humor... acho que esta trilogia é uma boa opção, sim senhor! Quanto a mim cumpri-o seu dever!

Claro que após a leitura já fui ver algumas críticas. Com umas concordo. Com outras mais ou menos. E com outras não concordo mesmo nada. Por exemplo, li uma algures que dizia que a personagem de Anastacia Steele não era mais do que uma "cabra sonsa dissimulada", "uma tontinha que tropeça nos próprios pés e que depois é uma rameira do pior". Por amor de Deus, Anastacia Steele é caracterizada no livro como tendo 21 anos e, convenhamos, "cabra sonsa dissimulada" não é, por certo, o que a define. É jovem, inocente e curiosa. Apaixona-se perdidamente por, um não menos jovem (27 anos), Cristian Grey. Controlador e obsessivo, com um passado sombrio, que se reflete nas suas atitudes enquanto adulto, nomeadamente nas suas práticas sexuais que incluem bondage e BDSM.

Porque é que esta história cativou tanta gente por esse mundo fora? Arrisco-me a dizer que seriam na sua maioria mulheres, casadas e mães de filhos. Verdadeiras donas de casa, enfadadas pela rotina própria do casamento.

Na verdade qualquer uma das mulheres gostaria de ter, nem que fosse por alguns momentos, um Mrs Grey, que as rodopiasse no ar e as libertasse de todas as atividades rotineiras do seu dia-a-dia. Que reacendesse o fogo da paixão como quem está enamorado pela primeira vez... E esta trilogia teve esse poder, de fazê-las sonhar e depois olharem para seus homens e acharem que seria possível voltar a reavivar as suas relações (ou não!) ... mesmo com recurso ao bondage ou BDSM, quiçá... sem tabus...nem constrangimentos provocados por desgaste físicos e emocionais da vida profissional e familiar que tantas vezes nos levam à rotina.

Quanto a mim, well done! E recomendo! ;)


Sem comentários:

Enviar um comentário

comentários a considerar