Há uns
tempos atrás, quando se começou a falar dos professores serem submetidos
a um exame para exercer a profissão, para a qual se licenciaram nas
Universidades e Politécnicos, declarava-se que todo o professor avaliado
com a menção de Bom estaria dispensado do dito exame. Penso até que foi
isso que ficou contemplado em Lei.
Agora
alguém dentro do Ministério da Educação de Cultura, quiçá o próprio
Ministro, pariu a ideia de que todos os docentes contratados, ou melhor
os professores contratados que a 31/08/2012 não tinham 14 anos de
serviço de docência, terão de se submeter a um exame de admissão à
docência. Exame esse que segundo ouvi na comunicação social, será feito
até ao final do ano.
Este
exame procura verificar a capacidade e competência dos professores
ainda contratados para dar aulas após 10 anos a fazê-lo (por exemplo).
Humm... Vejamos, tudo isto porque primeiro os incompetentes dos
professores universitários e dos politécnicos não tiveram capacidade e
competência para avaliar os alunos que finalizaram as licenciaturas e,
posteriores, pós-graduações, mestrados e doutoramentos, verificando se
teriam adquirido as capacidades e competências necessárias ao bom
desempenho da profissão. Depois, e não menos incompetentes, são os
coordenadores e diretores de agrupamento, que até agora não tiveram a
capacidade e competência de verificar in loco se o docente
reunia todas as capacidades e competências no desempenho das suas
funções, com a agravante de ter renovado o contrato a esse professor
incompetente. Sim, porque o que todos os diretores de agrupamento querem
é ter gente incompetente nas suas escolas, ainda para mais quando têm a
possibilidade de nem sequer contar mais com eles no ano a seguir.
Sinceramente, e aqui para nós que ninguém nos ouve, já lhes basta alguns
efetivos que se andam a arrastar nas escolas, uns porque nunca fizeram
nada (mas viveram em bons tempos, tempos em que não precisavam se
esforçar muito para ser dos quadros) outros porque já estão fustigados
pelos inúmeros anos de serviço que carregam. Há de tudo nas escolas,
bons e maus profissionais. Como há em todas as outras profissões. Por
isso é que, penso eu, existe a avaliação de competências no final de
cada ano letivo, onde cada um dos docentes tem de responder pelo seu
desempenho ao longo do ano, reportando-se a duas dimensões essenciais:
científica e pedagógica e participação na escola e relação com a
comunidade. No final é avaliado pelas capacidades e competências
demonstradas ao longo de todo o ano letivo. Mas parece que isto não
chega.
De
facto, não sei quem pariu esta brilhante ideia, atendendo a que pode
não ter sido o Ministro (já que se rodeia dos seus digníssimos
adjuntos), mas será que algum deles já parou para pensar que muitos
destes professores contratados, a quem hoje pedem que se submetam a um
exame de verificação de capacidades e competências, tem um currículo
académico muito superior (entre pós-graduações, mestrados e
doutoramentos) a alguns dos idiotas (leia-se por terem muitas ideias)
que estão no Governo?!
Bom...
já que querem brincadeiras, então que tal submeterem todos os docentes a
esse exame? Todos mesmo, efetivos e contratados. Vamos ver o que
acontece?! As melhores notas terão lugares assegurados, os outros são
convidados a sair. Que tal?! Brincadeira, né?! Mas talvez seja uma
maneira do Ministério da Educação e Cultura, figurado no senhor Ministro
Nuno Crato, deixar de ser faccioso e não partir do princípio que
docentes que hoje têm 9 ou 10 anos de serviço, depois deste tempo a dar
aulas, a frequentar as mais diversas formações profissionais e
académicas, a ser avaliados com Bom e Muito Bom, mereçam ir fazer um
exame para avaliar as suas capacidades e competências. Tenham vergonha!
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