terça-feira, 1 de outubro de 2013

Exame de admissão OU Atestado de incompetência (posted to 28/08/2013)

Há uns tempos atrás, quando se começou a falar dos professores serem submetidos a um exame para exercer a profissão, para a qual se licenciaram nas Universidades e Politécnicos, declarava-se que todo o professor avaliado com a menção de Bom estaria dispensado do dito exame. Penso até que foi isso que ficou contemplado em Lei.

Agora alguém dentro do Ministério da Educação de Cultura, quiçá o próprio Ministro, pariu a ideia de que todos os docentes contratados, ou melhor os professores contratados que a 31/08/2012 não tinham 14 anos de serviço de docência, terão de se submeter a um exame de admissão à docência. Exame esse que segundo ouvi na comunicação social, será feito até ao final do ano.

Este exame procura verificar a capacidade e competência dos professores ainda contratados para dar aulas após 10 anos a fazê-lo (por exemplo). Humm... Vejamos, tudo isto porque  primeiro os incompetentes dos professores universitários e dos politécnicos não tiveram capacidade e competência para avaliar os alunos que finalizaram as licenciaturas e, posteriores, pós-graduações, mestrados e doutoramentos, verificando se teriam adquirido as capacidades e competências necessárias ao bom desempenho da profissão. Depois, e não menos incompetentes, são os coordenadores e diretores de agrupamento, que até agora não tiveram a capacidade e competência de verificar in loco se o docente reunia todas as capacidades e competências no desempenho das suas funções, com a agravante de ter renovado o contrato a esse professor incompetente. Sim, porque o que todos os diretores de agrupamento querem é ter gente incompetente nas suas escolas, ainda para mais quando têm a possibilidade de nem sequer contar mais com eles no ano a seguir. Sinceramente, e aqui para nós que ninguém nos ouve, já lhes basta alguns efetivos que se andam a arrastar nas escolas, uns porque nunca fizeram nada (mas viveram em bons tempos, tempos em que não precisavam se esforçar muito para ser dos quadros) outros porque já estão fustigados pelos inúmeros anos de serviço que carregam. Há de tudo nas escolas, bons e maus profissionais. Como há em todas as outras profissões. Por isso é que, penso eu, existe a avaliação de competências no final de cada ano letivo, onde cada um dos docentes tem de responder pelo seu desempenho ao longo do ano, reportando-se a duas dimensões essenciais: científica e pedagógica e participação na escola e relação com a comunidade. No final é avaliado pelas capacidades e competências demonstradas ao longo de todo o ano letivo. Mas parece que isto não chega.

De facto, não sei quem pariu esta brilhante ideia, atendendo a que pode não ter sido o Ministro (já que se rodeia dos seus digníssimos adjuntos), mas será que algum deles já parou para pensar que muitos destes professores contratados, a quem hoje pedem que se submetam a um exame de verificação de capacidades e competências, tem um currículo académico muito superior (entre pós-graduações, mestrados e doutoramentos) a alguns dos idiotas (leia-se por terem muitas ideias) que estão no Governo?!

Bom... já que querem brincadeiras, então que tal submeterem todos os docentes a esse exame? Todos mesmo, efetivos e contratados. Vamos ver o que acontece?! As melhores notas terão lugares assegurados, os outros são convidados a sair. Que tal?! Brincadeira, né?! Mas talvez seja uma maneira do Ministério da Educação e Cultura, figurado no senhor Ministro Nuno Crato, deixar de ser faccioso e não partir do princípio que docentes que hoje têm 9 ou 10 anos de serviço, depois deste tempo a dar aulas, a frequentar as mais diversas formações profissionais e académicas, a ser avaliados com Bom e Muito Bom, mereçam ir fazer um exame para avaliar as suas capacidades e competências. Tenham vergonha!

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