À questão: A vida é uma causa perdida? Rubem Alves, educador, pensador (e tantas coisas mais) que tanto admiro, responde assim:
"Ela
é perdida no sentido em que a gente morre, mas até lá ela é um desafio,
é uma aventura... e ela está cheia de coisas maravilhosas! Hugo
Guimarães Rosa definiu essa coisa que se chama alegria, ele disse
"Alegria, só em raros momentos de distração". É preciso ter atenção
porque ela (a alegria) raramente vem em coisas grandes."
Na
verdade é nas pequenas coisas da vida que encontramos a alegria que nos
conduzem a momentos de felicidade. Sim, porque também acredito que não
existe felicidade plena, inabalável, eterna... Essa só é definida pelos
poetas que nos encantam a vida com palavras floridas. Também eles nos
dão alegria. Não existe felicidade! Existem felicidades! Felicidades
vividas em tantos momentos de pequenas alegrias. Rubem Alves, em jeito
de provocação, alude a que prestem atenção às pequenas felicidades, que
por momentos de distração não valorizamos. Ultimamente tenho andado
menos distraída e tenho encontrado a felicidade em pequenas coisas.
Levantar-me de manhã, fresca e saudável, correr 5 km e depois tomar um
bom duche de água corrente. Humm... que sensação de felicidade
maravilhosa! Andar na rua e ver as pessoas a conversar, mesmo que, por
vezes, seja para contar as agruras da vida. Responder ao convite de um
amigo para tomar café. Ler um livro antes de dormir. Ouvir aquela
música, que naquele momento me apetece. Beber um gin tónico com o meu marido. Ver um filme enrolada no sofá. Comer uma pizza ao domingo à noite. Sentir o beijo de bom dia da minha filha e aquele abraço. Ui... tantas coisas!
Afinal
a vida não pode ser uma causa perdida porque as coisas essenciais da
vida nós encontramos em cada momento, se soubermos prestar atenção!
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