Voltar à escola... para alguns ir pela primeira vez.... uiiii...

Segunda-feira... para muitos o regresso ao trabalho depois de uma temporada de férias... para outros o regresso à escolinha... 

Fui deixar a minha filhota ao infantário e fiquei de coração apertadinho... A pequenota chorou como se não houvesse amanhã, e tive de a largar ali sem a conseguir fazer perceber (penso eu!) que daqui a algumas horas a mamã já a iria buscar. São tão pequeninos! 

Decidi que o meu primeiro post da semana seria dedicado a este novo corte no cordão umbilical que é o colocar o maior bem das nossas vidas em mãos alheias.

Inicia-se um novo ano letivo e para alguns pequeninos será o primeiro encontro com um novo mundo - um mundo estranho - que não lhes é familiar. Na verdade, também para os pais este setembro é um mês de novas experiências (um tanto ou quanto amargas!), em que se afastam dos seus filhotes pela primeira vez. Mas uma coisa é certa e convém fixar: o caminho inicial, deste novo percurso das vossas vidas (pais e filhos), é muito importante, sobretudo para os pequeninos, que dão os primeiros passos, ainda que vacilantes, que os levarão a novas experiências, vivências e, consequentemente, aprendizagens. Daí que a forma como os pais acompanham o seus filhos nesta nova etapa terá grande influência nas etapas que se irão seguir e na forma como eles se integrarão durante este percurso.

Vacilar é o procedimento normal de todos os pais que amam os seus filhos incondicionalmente, pois esta nova etapa não é apenas uma novidade para as crianças, mas também para os pais que se vêem a braços com sentimentos tão nobres como o medo, a ansiedade ou angústias perante as primeiras separações. Errado é que imersos nestes sentimentos, os pais não se apercebam que prejudicam o desenvolvimento natural dos seus filhos. Continuar a tratar os seus pequenotes como bebés até aos 30 anos, por mais que nos apeteça, é ERRADO! É muito importante não resistir às regras e mudanças propostas pela escola (quando falo de escola, falo de creche, jardim de infância e os restantes ciclos), que têm sempre o objetivo de favorecer a independência e autonomia dos nossos filhotes. É por isso fundamental estabelecer uma relação de confiança entre os profissionais de educação (educadores e/ou auxiliares) e as famílias, e ter consciência que ambos caminham para o mesmo obejctivo - a educação e o bem-estar das crianças.

Ficam, então, 5 conselhos básicos facilitadores da integração e adaptação da criança e dos pais a este novo mundo que é a escola:

1. Sempre que possível a adaptação da criança deve ser gradual: nos primeiros dias é desejável que a criança dique na sala sempre com um dos pais e progressivamente vá aumentando o tempo que fica sozinha com os colegas e educadores; os tempos em que permanece no estabelecimento também deve ser gradual, num dia fica apenas 1 ou 2 horas, no outro já almoça, no outro já dorme... e assim sucessivamente.
2. Os pais devem SEMPRE despedir-se do seus filhos e sair da sala logo de seguida: é preferível deixar a criança a chorar (por mais que nos doa!) do que sair à socapa, provocando um sentimento de insegurança na criança, devendo sempre dizer-lhe "O papá ou a mamã vêm buscar-te mais logo!" , mesmo que por vezes eles pareçam não entender, a longo prazo vão perceber essa rotina.
3. Manter um diálogo próximo e constante com o educador responsável: muito importante para perceber a rotina, o desenvolvimento, as dificuldades e tentar, sobretudo, fazer a ponte entre a casa e a escola e vice-versa.
4. Não ceder às birras e chantagens emocionais dos seus filhos: se os vossos filhos fizerem birras porque não querem ir à escola é proibido ceder (cedeu uma vez é a morte do artista, vai fazer sempre birra!), é muito importante criar rotinas para o desenvolvimento emocional da criança, e ir à escola é uma delas, sobretudo, não é ela que decide se vai ou não!
5. Por último, cumpra sempre tudo o que promete ao seu filho: se prometer ir buscá-lo a determinada hora, cumpra, e procure não chegar atrasado em relação ao horário que combinou com ele.

Meus amigos, é normal que os vossos filhos chorem  ou revelem alterações de comportamento quando vão pela primeira vez para a escola, mas na maioria dos casos tudo isso é passageiro. Apenas três a quatro por cento das crianças não consegue adaptar-se facilmente e normalmente isso está associado a algum familiar que também está a reagir mal à separação ou às rotinas impostas pela escola. O importante é reter que apesar das diferenças individuais, esta é uma fase transitória que dói como o caraças, mas que passa rapidamente!